segunda-feira, 11 de julho de 2011

RAW ou JPEG?

Fotografia em formato RAW, sem processamento e convertida para JPEG
É um dos grandes debates nos meios fotográficos: deve tirar-se fotografias em RAW ou JPEG?
Antes de mais - e porque este é um blogue para principiantes como eu - convém referir o que se entende por RAW (dando por assente que toda a gente sabe o que é um ficheiro JPEG). «Raw» não é, ao contrário do que muitos poderão pensar, um acrónimo: é cru em inglês. A extensão destes ficheiros é, pelo menos no caso da minha câmara, .ORF. Estes ficheiros denominam-se «raw» porque contêm toda a informação de bits da imagem, sem qualquer compressão (ao contrário dos ficheiros JPEG, em cujo processamento se elimina a informação considerada desnecessária). Os ficheiros RAW são, deste modo, idênticos àquilo que o sensor viu antes de a imagem ser transmitida para o processador da câmara.
Isto significa, desde logo, que as imagens em RAW contêm muito mais informação que os ficheiros JPEG. O que tem, como é previsível, uma consequência prática muito comezinha, mas que interessa ter em atenção quando se está em plena sessão fotográfica: estes ficheiros ocupam muito mais espaço no cartão de memória que os JPEG - mesmo quando se usa, para estes, o nível máximo de qualidade com a menor compressão.
O facto de o ficheiro ser tal e qual como o sensor captou a imagem significa que tem um enorme potencial em termos de qualidade de imagem. No RAW o fotógrafo pode, na edição da imagem, manipulá-la com a garantia de que não vai perder um único bit. Estes ficheiros não contêm nenhuma modificação introduzida pelo fotómetro com o equilíbrio dos brancos, e todo o processamento vai ser feito pelo próprio fotógrafo, quer com o software provido com a câmara, quer com programas de processamento de fotografia como o Photoshop.
E agora, a vexata quaestio: vale a pena fotografar em RAW?
A resposta dada por noventa e cinco por cento dos fotógrafos conhecedores é um rotundo sim. As possibilidades que o RAW oferece em termos de qualidade de imagem são tão vastas que compensam o espaço ocupado e a lentidão da gravação da fotografia no cartão de memória, bem como a maçada de processar uma imagem que é, na sua essência, uma matéria-prima (lembrem-se que, em inglês, matéria-prima se diz raw material: perceberam agora o porquê do nome?) no programa do computador.
No meu caso, porém, a resposta é não. Não vale a pena. O resultado é bom, mas não tão bom que justifique a trabalheira de fotografar em RAW. Talvez tenha que ver com a quase lendária qualidade dos JPEG da Olympus, mas quase não noto diferença entre uma imagem RAW e JPEG; esta existe, mas é muito subtil. Mesmo em termos de número de bits a diferença é relativamente pequena.
De resto, no fim de todo aquele consumo de tempo e espaço e do processamento no Photoshop, aquilo com que ficamos é... um ficheiro JPEG! É verdade: para imprimir ou publicar, o ficheiro RAW tem de ser convertido em JPEG. Aliás, o próprio computador trata de fazer a conversão antes de publicar a imagem na Internet. Uma vez processada no computador, a imagem fica melhor que o JPEG processado pela câmara, mas uma vez mais as diferenças são discretas. Pelo menos no meu caso. Talvez se tivesse uma Nikon, cujos JPEG tendem para uma tonalidade mortiça, as diferenças fossem maiores, mas com a minha câmara parece-me não valer a pena. Comparem a imagem acima, tirada em RAW e convertida para JPEG sem edição, com a mesma imagem, processada com o software que vinha num CD com a câmara, e retirem as vossas conclusões:
A mesma imagem, agora tratada com o Olympus Master 2
Tudo o que posso dizer é que esta é uma das fotografias com melhor cor que já fiz. Contudo, e como já disse por duas vezes, o incremento de qualidade não é muito superior ao dos JPEG. Não vou aqui dizer que o RAW é uma treta; o que digo é - experimentem (se a câmara vos der essa opção). Nunca tenham medo de experimentar em fotografia. O que exprimi aqui é a minha opinião, baseada na minha experiência, nas minhas fotografias, no meu programa de edição de imagens e na minha câmara. Poderão chegar à mesma conclusão que eu - ou considerar que o RAW é infinitamente melhor. Repito: experimentem! Eu não vou tomar partido nesta contenda - embora vá continuar a fotografar em JPEG...

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